quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Venda de cupom não é mais único negócio de grandes sites


No auge do fenômeno dos sites de compras coletivas no Brasil, em meados de 2011, quase 2 mil empresas disputavam a preferência — e o bolso — dos consumidores. Passada a febre inicial, o quadro é bem diferente. Estima-se que o número de sites ainda abertos seja de cerca de 500, muitos deles prestes a sair do ar. No primeiro semestre deste ano, o faturamento do setor, segundo o estudo WebShoppers, foi de R$ 731 milhões, apenas 2% a mais do que igual período de 2011.

Sobreviver em um momento em que o mercado diminui o ritmo e muitos competidores saem de cena é o grande desafio das empresas. Para isso, cada uma busca seu caminho, e em geral, essa trilha tem a ver com uma proximidade cada vez maior com o mundo físico.



peise urbano

O Peixe Urbano, primeiro site do gênero no Brasil, resolveu investir na diversificação dos serviços oferecidos (ver abaixo) para se manter popular mesmo depois do fim da “moda” dos cupons. “O que nós queremos oferecer é um único lugar onde os nossos usuários possam ir para decidir o que fazer na cidade”, diz Julio Vasconcellos, presidente da empresa ao Brasil Econômico.Além disso, a companhia busca dar uma nova cara ao serviço tradicional de vendas de cupons. “Se o cliente quiser, podemos fazer negócios diferentes dos tradicionais”, diz Letícia Leite, diretora da empresa. Recentemente, por exemplo, a Bayer fez uma parceria com o site para divulgar um novo produto, o Bepantol, utilizando os salões de cabeleireiro que vendem descontos no Peixe Urbano.

A subsidária brasileira do Groupon, maior empresa de compras coletivas no mundo, também aposta que a venda de cupons ainda tem potencial. “Mesmo com o mercado em ritmo mais lento, manteremos um bom crescimento”, afirma Miguel Queimado, presidente da empresa no Brasil. “Não temos porque mudar o foco. O que faremos é diversificar as ofertas, para atender as necessidades dos clientes.”

Segundo ele, o momento vivido pelo setor é muito interessante para a empresa. “Por termos uma estrutura global, fica muito mais fácil inovarmos”, diz. Além disso, os anunciantes já estariam mais acostumados às potencialidades do serviço. “Muitos descobriram que essa é uma ferramenta muito poderosa de marketing.”

Os executivos do Peixe Urbano e do Groupon discordam quanto ao futuro do setor. Para Queimado, o momento de estabilização já foi superado e é difícil pensar em grandes mudanças no curto prazo. “Nossa estratégia atual é a que continuará alavancando nosso crescimento”, afirma. Para Letícia, porém, o caminho é ser cada vez mais diferente. “É hora de buscar outras formas de ampliar o negócio.”

Mundo

No resto do mundo, as empresas de compra coletiva também vivem o dilema de como consolidar o negócio. Exemplo disso é o anúncio feito ontem, pela matriz do Groupon, nos Estados Unidos, que deu mais um passo rumo ao mundo offline. A companhia lançou um serviço de pagamentos com cartão de crédito, para pequenos varejistas.

Peixe Urbano lança novo serviço e busca integração

O Peixe Urbano lançou esta semana, em São Paulo, o serviço Peixe Urbano Delivery. Pelo novo site, o cliente consegue solicitar comida de uma série de restaurantes conveniados, assim como hoje é comum fazer por telefone. A entrada do serviço no portfólio da empresa é resultado da aquisição da startup O Entregador, realizada em março. “Identificamos um potencial de crescimento e uma forte sinergia com a empresa, por isso resolvemos fazer essa compra”, diz Letícia Leite, diretora da companhia.

A grande diferença entre o serviço que era executado até então pela O Entregador e o que será feito pelo Peixe Urbano é a possibilidade de integração entre os nichos em que atua o site de vendas coletivas. “Se um usuário quiser comprar um cupom de promoção e já solicitar a entrega através do Delivery será possível”, afirma Letícia.

O sistema também está disponível nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. “O novo serviço está totalmente integrado ao nosso site principal e à identidade visual, mas só aparecerá nas cidades em que já está disponível”, diz a executiva.

A escolha pelo setor de alimentação para ampliar o portfólio do Peixe Urbano está ligada ao forte crescimento do setor. Segundo a consultoria Rizzo Franchise, especializada em franquias, o número de estabelecimentos que oferece o serviço de entrega em domicílio deve crescer 65% este ano, em comparação com 2011.

Para o futuro, o Peixe Urbano não descarta a possibilidade de realizar novas aquisições e lançar outros serviços. “Sempre tivemos claro que as compras coletivas eram apenas um primeiro produto, mas que o negócio teria que ser muito mais amplo”, diz Letícia. Apenas este ano, o Peixe Urbano comprou três empresas. Além da O Entregador, a empresa adquiriu o site de reservas Zuppa e as operações do site espanhol Groupalia, na América Latina.

“ Do paraíso ao inferno em 12 meses. Os sites de compras coletivas dependem mais do que nunca para a sua evolução, da estratégia do varejo em entender o papel que este tipo de “bônus” representa em seu negócio. Doutra forma ficará refém de modismos passageiros como estamos vendo.” Eduardo Faddul

Por: Gabriel Ferreira - Brasil Econômico


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